1a. SÉRIE – TAREFA 14 – INTERTEXTUALIDADE
Aluno(a) ………………………………………………………………………………….. No……….. 1ª. série
TAREFA 14
- A propaganda presente no quadro acima faz uso do processo da:
a – função fática quando mostra um discurso vazio.
b- função referencial quando estabelece relação de superioridade ao quiabo.
c- metonímia quando utiliza a parte pelo todo.
d -intertextualidade, para garantir a qualidade do produto.
e -comparação com o mundo dos negócios, pois só assim garante credibilidade ao produto.
- Leia atenciosamente a letra de uma das composições de conhecida dupla de artistas brasileiros – Victor&Leo
Na Linha do Tempo
Eu te dei
O ouro do Sol
A prata da Lua
Te dei as estrelas
Pra desenhar o teu céu
Na linha do tempo
O destino escreveu
Com letras douradas
Você e eu
Há quanto tempo eu esperava
Encontrar alguém assim
Que se encaixasse bem nos planos
Que um dia fiz pra mim
Você e eu
Vou dizer
Que nessas frases tem um pouco de nós dois
Que não deixamos o agora pra depois
Quando te vejo eu me sinto tão completo
Por onde eu vou
E nesses traços vou tentando descrever
Que mil palavras é tão pouco pra dizer
Que um sentimento muda tudo
Muda o mundo
Isso é o amor
Agora é seu momento de praticar INTERTEXTUALIDADE. Usando como base o texto acima, redija um texto que pode ser em verso ou prosa, sobre assunto de sua preferência, de forma tal que um leitor mais atento poderá perceber a intertextualidade no seu trabalho:
(espaço para você escrever – mínimo 6 linhas)
PARA ESTUDAR
4 tipos de intertextualidade que você encontra para a “Canção do Exílio”
ORIGINAL
Canção do exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Aliás, quem nunca declamou em plena prova de trigonometria “minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, seno a cosseno b, seno b cosseno a” para fazer o seno da soma de dois ângulos? O poema é tão famoso que vários outros textos fazem referência a ele, criando relações de intertextualidade. Fique ligado!
- Paráfrase
Carlos Drummond de Andrade optou pela paráfrase, isto é, o tipo de intertextualidade na qual retoma-se a ideia inicial e reproduz-se partes do texto original com outras palavras. Quando o cara é gênio não tem medo, faz paráfrase e pronto! Veja:
Nova Canção do Exílio
Carlos Drummond de Andrade
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde é tudo belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
- Paródia
Murilo Mendes, poeta modernista ousado, alterou o sentido do texto original, deu um tom mais crítico à poesia e colocou uma pitada de ironia. Essas são características de uma paródia, que nada mais é que a intertextualidade das diferenças! Sacou?
Canção do exílio
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
- Epígrafe
Essa é a mais sinistra de todas! Sabia que a “Canção do Exílio” possui uma epígrafe de um verso do escritor alemão Goethe? Ah! Só pra refrescar a sua memória, epígrafe significa posição superior, é um tipo de intertextualidade e ocorre quando um autor, para introduzir o seu texto, recorre a um trecho de algum outro texto já existente. Gonçalves Dias lia Goethe e você aí com preguiça de estudar para a prova! Estamos de olho! Veja só que maneiro:
Kennst du das Land, wo die Citronen blühen,
Im dunkeln die Gold-Orangen glühen,
Kennst du es wohl? — Dahin, dahin!
Möcht ich… ziehn.
Goethe
Tradução da epígrafe feita pelo poeta Manuel Bandeira:
[Conheces o país onde florescem as laranjeiras?
Ardem na escura fronde os frutos de ouro…
Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!]
Goethe
- Citação
Achamos uma tirinha superfofa com uma citação da Canção do Exílio! A citação é uma intertextualidade que ocorre quando um autor transcreve um trecho de um texto de outro autor no próprio texto. Geralmente, a citação é marcada pelo uso de aspas.
Canção do Exilio