REDAÇÃO – TERCEIRÃO DIA 18 DE AGOSTO ENTREGA
ENTREGAR ESTA TAREFA NO DIA 18 DE AGOSTO – SEXTA-FEIRA
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O impacto do TikTok no comportamento de jovens”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Vídeos curtos, de em média 15 segundos, com edições aceleradas e músicas que grudam na cabeça. O formato de conteúdo priorizado no TikTok leva a rede social a crescer de forma rápida, chegando a ser o aplicativo mais baixado em 2021 e ultrapassar a marca de um bilhão de usuários ativos. O público-alvo, majoritariamente formado por jovens, passa horas e horas com os olhos vidrados na tela do celular, e cientistas da Universidade Zhejiang, na China, descobriram o porquê.
Em estudo publicado na revista científica NeuroImage, os pesquisadores perceberam que áreas do cérebro ligadas ao sistema de recompensa são ativadas pelos vídeos da rede, produzindo de forma rápida uma sensação de prazer e satisfação no organismo. O experimento envolveu exames de ressonância magnética cerebral em 30 participantes enquanto assistiam a dois tipos de vídeos, os personalizados pelo algoritmo do TikTok e os genéricos, como os exibidos a novos usuários que ainda não tiveram suas preferências detectadas pela plataforma.
Entre as partes do cérebro ativadas apenas pelos conteúdos personalizados está a área tegmental ventral (ATV), um dos principais centros dopaminérgicos do órgão e considerado o início do circuito de recompensa. Isso porque ela libera a dopamina, neurotransmissor que, ao chegar na área do córtex pré-frontal, provoca a sensação de prazer.
Então, quando o jovem está assistindo a um vídeo no TikTok, o cérebro dele recebe uma enxurrada de dopamina que faz com que ele se sinta feliz, alegre, satisfeito. O problema é que, quanto mais dopamina o cérebro recebe, mais ele quer, aí ele acaba entrando em um estágio de saturação em que essas ‘doses’ vão precisar ser cada vez maiores — explica a psicóloga especialista em criança e adolescente Manuela Santo, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Psicologia Comunitária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Disponível em: <https://exame.com/ciencia/como-o-tiktok-atua-no-cerebro-de-jovens-com-videos-curtos-e-personalizados/>
TEXTO II
Com o advento das redes sociais, é inevitável o uso de smartphones, sobretudo pelo público mais jovem, e é claro que a escola não fica de fora no que se trata desse uso, já que os usuários, principalmente adolescentes, passam horas em frente aos smartphones acessando redes sociais. A pandemia do Covid-19 causou um boom no uso de diversas redes, incluindo o Tiktok, mas até onde o uso desse app é saudável entre jovens?
A popularização do app se dá devido ao enorme apelo pela viralização. Seus usuários realizam desafios, fazem dublagem, imitam famosos, elaboram pequenas esquetes retratando o cotidiano e reproduzem coreografias (as famosas “dancinhas”). Tudo isso, causa identificação nos seguidores e atrai cada vez mais o público jovem.
É importante analisarmos que o TikTok é uma mídia social bastante jovem, e possui quase 70% dos usuários pessoas com menos de 30 anos, sendo 60% entre 16 e 24 anos, e uma grande parcela com 13 anos. Ou seja, é uma plataforma que tem como usuários crianças, adolescentes e jovens adultos produzindo e consumindo muito mais da metade do conteúdo publicado.
Há no TikTok um recurso de gerenciamento que permite aos pais delimitar os conteúdos e as funcionalidades e evitar que menores de idade estejam expostos a conteúdos inapropriados. Isso na teoria, pois na prática a situação ganha outra roupagem. Não há filtro por parte da família, do que os jovens e crianças estão assistindo e nem dos comentários que estão recebendo.
Há um risco?
Crianças, adolescentes e jovens precisam de acompanhamento e monitoramento, em todas as esferas da vida, e principalmente na internet. O uso excessivo de mídias digitais pode atrapalhar os estudos e concentração, pode causar vício e dependência (não é à toa que os membros de redes sociais são chamados de ‘usuários’), pode causar ansiedade, e em casos extremos levar à morte.
Como é o caso do Lucas Santos de 16 anos, filho da cantora Walkyria Santos, que foi encontrado morto em agosto de 2021 no condomínio onde morava em Nova Parnamirim (RN). Walkyria, que já foi vocalista da banda magníficos, e tem quase 2 milhões de seguidores no instagram, desabafa em suas redes sociais, após o filho tirar a própria vida por receber comentários de haters no TikTok.
“Ele postou uma brincadeira de adolescente com os amigos e achou que as pessoas fossem achar engraçado, mas não acharam. Como sempre, as pessoas destilando ódio na internet. Como sempre as pessoas deixando comentários maldosos. Meu filho acabou tirando a vida. Eu estou desolada, estou acabada, estou sem chão”, desabafa.
Disponível em: <https://labdicasjornalismo.com/noticia/11166/-tiktok-alem-do-entretenimento-a-influencia-do-app-no-comportamento-dos-jovens/> (Adaptado)
TEXTO III
Tik Tok não é brincadeira de criança
Vou tentar, assim, em 1 minutinho de leitura, explicar algumas razões que fazem o Tik Tok ser uma péssima experiência para crianças.
1 minuto é o tempo máximo que o Tik Tok permite para a exibição dos vídeos da comunidade.
1 minuto de informação, seja ela qual for. Pode ser uma dancinha, pode ser uma fórmula de matemática, uma manifestação política, uma fofoquinha qualquer… Ou qualquer outra coisa que não vale mencionar aqui (prefiro!).
Você abre o Tik Tok e tem lá: “Seguindo” e “Para você”. A primeira opção são os conteúdos que diretamente você escolhe seguir. A segunda opção é o que o Tik Tok pensa que você pode acabar gostando (e seguindo).
Quando você entra no Tik Tok ele já abre no “Para você”.
Informações aleatórias, diversas, de todo tipo (Passe 30 minutos rolando essa tela, faça a experiência e verifique você mesmo).
“Ah! Mas tem coisa boa também, outro dia meu filho aprendeu quanto pesa a baleia azul e até aprendeu a resolver uma pergunta de uma lição de casa com um videozinho do Tik Tok!”
“Mas é tão legal, meu filho até começou a dançar e perdeu a vergonha de mostrar pra todo mundo!”
Pois é, e desde quando rede social deixa de oferecer os docinhos que a gente quer consumir? Se não fosse assim, quem iria querer estar ali?
Meu minuto está acabando, então só vou exemplificar dois problemas centrais:
– O conteúdo fútil, impróprio, alienante, etc. (Preciso explicar?)
– A aleatoriedade das informações. Eu precisava de muito mais tempo para explicar isso direitinho, mas vou tentar nesse minutinho: Rolando pelo Tik Tok, você pode acessar uma gama de informações tão diferentes que em pouco tempo sua mente já estará acelerada com uma confusão tremenda de superficialidades. Penso com compaixão no professor que precisa aprofundar um tema por 40 minutos em uma sala com crianças que passam horas diárias consumindo pílulas de baboseiras aleatórias de no máximo 1 minuto, treinadas pela Universidade Tik Tok para a mente funcionar como ratos em um laboratório que correm em círculos por 1 mísera gota de água.
“Meu filho não presta atenção, não quer estudar, não gosta de ler, não se interessa por nada importante.”
“Meu filho não saí do celular”.
Comece prestando atenção no que ele anda vendo por aí.
Tik Tok não é para crianças.
Rafael Ladenthin Menezes – PSICÓLOGO