TERCEIRÃO – TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO fevereiro
O TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
Introdução
A introdução de um texto desse tipo pode vir em várias formas e estilos. Nela, podem (e devem!) ser utilizados elementos que demonstram o conhecimento cultural variado do estudante, como fatos históricos, citações e outros, que, quando relacionados ao tema, fazem sentido e permitem a progressão do texto.
Além disso, é importante mencionar, desde já, a sua tese. Ela será um pequeno resumo, para o leitor, do tema principal que será discutido ao longo da dissertação.
Desenvolvimento
Em redações para os vestibulares, é comum que o estudante faça cerca de um a dois parágrafos de desenvolvimento. Não há, no entanto, uma regra clara para isso. O que importa é que os trechos conversem entre si e que estejam bem “amarradinhos”!*
No desenvolvimento, o objetivo é abrir o que foi mencionado na tese e, claro, dar a sua opinião sobre o assunto. Sempre correlacione o que é dito com fatos noticiados no dia a dia, que enriquecem o conteúdo e mostram que você sabe do que está falando.
Conclusão
Por fim, chegamos à conclusão. Ela é uma retomada dos temas vistos ao longo do texto, com a transmissão de uma mensagem final para tudo aquilo que foi dito. Dependendo do vestibular, você terá uma conclusão completamente diferente. Na redação da Fuvest, por exemplo, ela é fatalista e simples.
No Enem, no entanto, a conclusão é uma das partes mais complexas. Ela demanda a sugestão de uma intervenção para o problema mencionado no tema, com uma série de regras que devem ser seguidas. Além disso, há uma competência exclusiva para analisar essa parte do texto.
*amarradinhos…..COESÃO TEXTUAL – PALAVRAS DE TRANSIÇÃO
INTER-RELAÇÃO ENTRE ENUNCIADOS
Para começo : inicialmente, primeiramente, antes de tudo, desde
Para continuação : além disso, do mesmo modo, ainda por cima, bem como, outrossim
Para conclusão: enfim, dessa forma, em resumo, em suma, nesse sentido, portanto, afinal
Para tempo: logo após, ocasionalmente, posteriormente, atualmente
Para conformidade: de acordo com, conforme, segundo
Para causa e consequência: daí, por isso, de fato, em virtude de
Exemplo de texto dissertativo-argumentativo
A seguir, você verá um exemplo prático de texto dissertativo-argumentativo. Nele, estão contidos os elementos e dicas citados ao longo de nossa conversa. Lembre-se, no entanto, de que esse é apenas um pequeno modelo bem-humorado para que você pegue a ideia geral, certo?
Tema: Dificuldades enfrentadas pelos vestibulandos no dia a dia
Introdução
Ser um vestibulando não é nada fácil. Todos os dias, esse grupo de pessoas enfrenta muitas adversidades e precisa superar obstáculos que parecem jamais ter fim. Esses problemas têm várias origens, como, por exemplo, a ausência de um plano de estudos personalizado.
Desenvolvimento
A falta de organização é algo que pode levar a muitos problemas no dia a dia, gerando consequências como a procrastinação ou a perda de foco. Quando falamos sobre estudos, portanto, é fundamental que essa seja uma prioridade dos vestibulandos. Para isso, no entanto, eles precisam contar com a ajuda de quem realmente entende do assunto.
Conclusão
Sendo assim, é essencial que os vestibulandos invistam tempo na busca pelo Plano de Estudos perfeito. Apenas dessa maneira, os estudos serão realmente produtivos e recompensados, no fim do ano, com a conquista da tão sonhada vaga no vestibular.
EXERCÍCIO PARA TODOS NÓS
TEXTO I
No dia da primeira exibição pública de cinema — 28 de dezembro de 1895, em Paris —, um homem de teatro que trabalhava com mágicas, Georges Mélies, foi falar com Lumière, um dos inventores do cinema; queria adquirir um aparelho, e Lumière desencorajou-o, disse-lhe que o “Cinematógrapho” não tinha o menor futuro como espetáculo, era um instrumento científico para reproduzir o movimento e só poderia servir para pesquisas. Mesmo que o público, no início, se divertisse com ele, seria uma novidade de vida breve, logo cansaria. Lumière enganou-se.Como essa estranha máquina de austeros cientistas virou uma máquina de contar estórias para enormes plateias, de geração em geração, durante já quase um século?
BERNARDET, Jean-Claude. O que é Cinema. In BERNARDET, Jean-Claude; ROSSI, Clóvis. O que é Jornalismo, O que é Editora, O que é Cinema. São Paulo: Brasiliense, 1993.
TEXTO II
Edgar Morin define o cinema como uma máquina que registra a existência e a restitui como tal, porém levando em consideração o indivíduo, ou seja, o cinema seria um meio de transpor para a tela o universo pessoal, solicitando a participação do espectador.
GUTFREIND, C. F. O filme e a representação do real. E-Compós, v. 6, 11, 2006 (adaptado).
TEXTO III
O Brasil já teve um parque exibidor vigoroso e descentralizado: quase 3 300 salas em 1975, uma para cada 30 000 habitantes, 80% em cidades do interior. Desde então, o país mudou.
Quase 120 milhões de pessoas a mais passaram a viver nas cidades. A urbanização acelerada, a falta de investimentos em infraestrutura urbana, a baixa capitalização das empresas exibidoras, as mudanças tecnológicas, entre outros fatores, alteraram a geografia do cinema. Em 1997, chegamos a pouco mais de 1 000 salas.
Com a expansão dos shopping centers, a atividade de exibição se reorganizou. O número de cinemas duplicou, até chegar às atuais 2 200 salas. Esse crescimento, porém, além de insuficiente (o Brasil é apenas o 60º país na relação habitantes por sala), ocorreu de forma concentrada. Foram privilegiadas as áreas de renda mais alta das grandes cidades. Populações inteiras foram excluídas do universo do cinema ou continuam mal atendidas: o Norte e o Nordeste, as periferias urbanas, as cidades pequenas e médias do interior.
Disponível em: https://cinemapertodevoce.ancine.gov.br. Acesso em: 13 jun. 2019 (fragmento).
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.